Em Direção à Integração Bíblica

Educação transformadora a partir de uma perspectiva cristã. Não é isso que queremos como educadores cristãos? Não queremos ver Deus agindo por meio da educação para transformar indivíduos e sociedades para serem o que Ele planejou que fossem?

Parte dessa “perspectiva cristã” na educação transformadora é tanto ensinar a partir de uma cosmovisão cristã e quanto ajudar nossos alunos a desenvolver tal cosmovisão. Em seu livro, Beyond Biblical Integration (Além da Integração Bíblica), Roger Erdvig explica que uma cosmovisão cristã é aquela em que os pensamentos, desejos e comportamentos de uma pessoa estão alinhados com os pensamentos, desejos e comportamentos de Deus, conforme revelado na Sua Palavra.[1] A partir da estrutura da narrativa bíblica (Criação – Queda – Redenção – Consumação), que serve como base para uma compreensão bíblica do mundo, Erdvig desenvolve quatro perguntas que servem para analisar as muitas facetas do nosso mundo:[2]

  1. O que há de bom em nossa cultura que podemos cultivar?
  2. O que está faltando, mas que podemos criar?
  3. O que está quebrado, mas que podemos curar?
  4. O que há de ruim, mas que podemos ajudar a conter?[3]

Na sala de aula, quando há tantas tarefas a serem concluídas e onde é muito fácil “começar a trabalhar” e deixar de lado qualquer material ou atividade complementar (especialmente nesta época estressante de aulas virtuais), como podemos nutrir em nossos alunos uma compreensão bíblica do que estamos lhes ensinando? Como podemos envolvê-los nessa importante habilidade de reflexão de modo que possam construir essa cosmovisão bíblica? Aqui estão algumas ideias para fazer você pensar, que podem ser implementadas em ambientes presenciais ou online.

Questões de Discussão

Reserve algum tempo no final da aula para perguntar aos alunos como o conteúdo específico que eles estão estudando pode ser usado para criar/cultivar algo bom ou curar/conter algo ruim. Isso não precisa ser feito diariamente, mas se for feito algumas vezes por mês, pode levar os alunos a adquirirem o hábito de fazer conexões entre um tópico limitado e o contexto mais amplo da criação de Deus. Essa discussão pode ser feita no grande grupo com a turma inteira ou em grupos menores (no ambiente virtual, use a função de “salas simultâneas” ou “breakout rooms”), desde que os educandos processem essas perguntas uns com os outros.

Manter um Diário

Escrever pode e deve ser mais que um exercício acadêmico. Em seu artigo sobre o uso da escrita para combater experiências traumáticas, Bryan Goodwin e Lisa M. Jones apontam que ela tem sido usada como prática terapêutica, pois ajuda os indivíduos a processarem os seus pensamentos e experiências.[4] Esses autores também observam que a escrita dirigida com o apoio de adultos é mais eficaz do que a escrita livre quando se trata desse tipo de processamento.

Manter um diário onde os alunos refletem sobre o seu aprendizado pode ajudá-los a conectar o que estão aprendendo como uma cosmovisão bíblica, bem como encorajá-los a processarem mais cuidadosamente a questão de como cultivar, criar, curar ou conter dentro da área de assunto. Os alunos também podem escrever cartas oferecendo conselhos ou explicações para ajudar outras pessoas (reais ou fictícias) a verem esse assunto à luz dessas perguntas. Para alunos mais jovens ou aqueles que têm muita dificuldade em escrever, uma opção é fazer o diário através de desenhos. Peça-lhes que desenhem suas impressões sobre o assunto ou que ilustrem diferentes maneiras de como usar essa matéria para cultivar, criar, curar ou conter.

Quadros Brancos

No contexto atual de aprendizagem virtual, o uso de um quadro branco online (whiteboard) pode ser um substituto interativo para as atividades presenciais. Os alunos podem trabalhar juntos para criar colagens, pôsteres, desenhos ou respostas escritas originais para sintetizar o seu aprendizado e refletir sobre como isso se relaciona com o cultivo, criação, cura ou contenção de algo em nosso mundo.

Quando os educandos têm a oportunidade de desenvolver o hábito de refletir, considerando como todo o aprendizado e toda a vida se encaixam nos propósitos, desejos e ações de Deus, isso é verdadeiramente transformador, pois lhes dá a oportunidade de focalizar a sua atenção no Deus que cultiva e cria o bem em nosso mundo, mas também que cura e contém o mal que o mancha, ou seja, no Deus que transforma todas as coisas.



Esther Burnham
Coordenadora de Conferências dos Serviços Escolares
TeachBeyond Global

[1] ERDVIG, Roger C. S. Beyond Biblical Integration: Immersing You and Your Students in a Biblical Worldview, Summit Ministries, 2020, p. 10. (Além da Integração Bíblica:imergindo você e seus alunos na Cosmovisão Bíblica)

[2] Ibid, pp. 10-11, 48-52.

[3] Ibid, pp. 59-64. — Erdvig adapta essas perguntas do trabalho de John Stonestreet e Warren Smith em Restoring All Things: God’s Audacious Plan to Change the world through Everyday People, Baker Books, 2015.

[4] Goodwin, Bryan and Lisa M. Jones. “A ‘Write’ Way to Address Trauma.” Educational Leadership, Oct. 2020, pp. 74-75. (Um jeito “escrito/certo” de lidar com trauma)

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