O que há de errado com o mundo?

É fácil olhar para o mundo e ficar desanimado. Guerras, pandemias, câncer, inflação, desafios de saúde mental e enchentes – apenas para citar alguns. Nossas salas de aula frequentemente refletem esse microcosmo do mundo, onde também vemos problemas como traumas, lares desfeitos, aumento dos problemas de saúde mental, lacunas educacionais deixadas pela COVID, redução da capacidade de atenção, competição com as redes sociais desde idades cada vez mais jovens, bullying e pobreza. Duas respostas costumam surgir. Muitos culpam Deus. Para eles, todo esse sofrimento e dor provam que um Deus amoroso e bom não pode existir. Mas, em vez de culpar Deus, uma segunda resposta pode ser perguntar a Ele: “Por que o mundo é assim?” Acredito que Ele tem uma resposta, e podemos ajudar nossos alunos ensinando-lhes sua perspectiva. Esse conhecimento é essencial tanto para que eles compreendam a si mesmos quanto para que façam sentido do que acontece ao seu redor.

Se acreditamos que Deus criou o mundo, como afirmam as primeiras palavras da Bíblia, então é apropriado perguntar a Ele, o Criador e Dono, o que está acontecendo. Ele pretendia que as coisas chegassem a esse ponto? Em Gênesis, aprendemos que Deus criou uma terra boa, fornecendo tudo o que sua criação precisava e estabelecendo um ambiente de relacionamento sem barreiras com Ele. Então, o que aconteceu? Como saímos daquela realidade e chegamos ao estado atual? Os primeiros capítulos de Gênesis contam essa história.

Deus criou as pessoas à Sua imagem. Uma das características de ser feito à imagem de Deus é o livre-arbítrio. No entanto, havia outro ser na história que trabalhava contra Deus e seus bons planos. Esse inimigo, o diabo, tentou nossa primeira mãe e pai para que acreditassem em uma mentira sobre Deus (que Ele não é bom nem digno de confiança) – uma estratégia que ele ainda usa hoje.

Adão e Eva, nossos primeiros pais, exerceram sua escolha e acreditaram na mentira, com resultados desastrosos. O apóstolo Paulo, no Novo Testamento, chama essa escolha original de pecado. O pecado leva à morte. Paulo escreve: “Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo. O pecado de Adão trouxe a morte, de modo que a morte se espalhou a todos, pois todos pecaram” (Romanos 5:12). Agora, uma natureza pecaminosa fazia parte da composição genética humana. O pecado trouxe não apenas a morte, mas também dor, vergonha, espinhos, dificuldades e um relacionamento quebrado com Deus, nosso Criador, e com os outros. O pecado é responsável pelo caos que vemos ao nosso redor.

Deus não causou o pecado nem todos os problemas resultantes, mas Ele providenciou uma solução: “O pecado de um só homem, Adão, causou a morte a muitos. Mas ainda maior é a graça maravilhosa de Deus e o seu presente de justiça, pois todos que o recebem viverão em triunfo sobre o pecado e a morte por meio deste único homem, Jesus Cristo… Assim como o pecado reinou sobre todos e trouxe a morte, agora a graça maravilhosa de Deus reina em seu lugar, dando-nos uma posição justa diante dEle e resultando em vida eterna por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 5:16-17, 21).

Quais são as implicações disso para nós, professores, que recebemos uma nova vida em Cristo, e para nossas salas de aula? Temos o privilégio de, ainda que de forma imperfeita, modelar essa nova vida que Cristo nos deu. Ensinamos aos alunos, por meio de nossas lições e de nossas próprias vidas, como essa nova vida se manifesta. Paulo encorajou seu jovem discípulo: “Seja um exemplo para todos os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza” (1 Timóteo 4:12). Ele também lembra Timóteo: “Cuide de sua vida e de sua doutrina. Persevere nessas coisas, pois, agindo assim, salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem” (1 Timóteo 4:16). Esse é um bom lembrete para nós, professores. Quando refletimos Cristo de maneira imperfeita – e isso acontecerá –, podemos pedir desculpas e modelar como voltar ao caminho certo.

Ajudar nossos alunos a entender a origem do mal pode capacitá-los a lidar com a decepção e a escolher um caminho que leva à vida. Isso lhes dá um referencial para enxergar e compreender o que acontece ao seu redor. Pode levá-los à confissão pessoal e ao arrependimento. Pode resgatá-los do cinismo e do desespero. E pode motivá-los a serem luz neste mundo escuro e a viverem pelos princípios do Reino de Deus.

Kimberly Drage e Tim Davy identificam seis perspectivas sobre o sofrimento:

  1. Perseguição: resultado da hostilidade contra o povo de Deus.
  2. Guerra espiritual: causado por forças espirituais.
  3. Disciplina: sofrimento como meio de disciplina planejada por Deus para formar nosso caráter.
  4. Custo: uma parte da natureza custosa de seguir Jesus
  5. Pecado: uma consequência do pecado
  6. Mistério: às vezes não temos uma explicação, então confiamos em Deus e continuamos fazendo o que é certo (1 Pedro 4:19).

Essas categorias podem nos ajudar a explicar algumas das razões para o sofrimento.

Como professores, podemos modelar e incentivar nossos alunos a se tornarem agentes de redenção e transformação neste mundo quebrado. Também vivemos com a esperança segura de que Deus, um dia, restaurará todas as coisas. João teve uma visão desse evento futuro: “Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado, e o mar já não existia… Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.’” (Apocalipse 21:1, 3-4). As coisas não estão como deveriam ser, mas um dia tudo será restaurado.

Mark Giebink


Mark tem o privilégio de liderar uma equipe incrível que oferece member care aos que servem ao redor do mundo como agentes de transformação através do TeachBeyond. Deus capturou seu coração e sua vida há 50 anos, ainda na infância, e tem o transformado por meio dos papéis de marido, pai, avô e pastor. Ele mora em um terreno de 1,3 acres no deserto de Phoenix com sua família, uma pequena casa no Airbnb e uma variedade de animais.

Texto original disponível em: https://teachbeyond.org/article/whats-wrong-with-the-world-our-need-for-transformation

Traduzido por Natália Vergani Cartelli.

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