Por que a Transformação do Professor Importa

“O maior obstáculo para a descoberta não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento.”

“Simplesmente aceite o fato de que eu sei do que estou falando!” Essa foi a atitude que tive durante grande parte da minha carreira como líder de louvor e mentor. Talvez eu não tenha dito isso em voz alta, mas certamente vivi essa atitude e acreditei fortemente em minhas próprias habilidades, o que me deu uma autoconfiança que, para algumas pessoas que influenciei, pode ter sido motivadora, mas para muitas outras, provavelmente, foi desanimadora.

Ainda bem que todos mudamos. A transformação positiva é crucial para aqueles que influenciam os outros. Observar a metamorfose redentora de um professor ajuda os alunos a perceberem como pode ser libertador abandonar posições fixas ou rígidas. Professores que estão dispostos a desenvolver-se, mudar, evoluir e continuar aprendendo tornam-se educadores superiores. Para ser esse tipo de professor, é preciso humildade — uma atitude que comunica ao aluno: “Suas perguntas e observações são fascinantes, me conte mais.” Encontrar uma linguagem de ensino que constantemente expresse: “Vamos explorar…”, “E se pensássemos dessa forma…?”, “Pode ser que…”, “Outra maneira de ver isso pode ser…” demonstra amor pelos alunos, ajuda-os a se sentirem conhecidos e valorizados e os ensina a honrar os outros.

Houve um tempo em que eu subestimava essa forma de transmitir conhecimento. Parecia fraca, incerta. Eu imaginava, erroneamente, que meus ouvintes esperavam que eu soubesse, sem sombra de dúvida, todas as respostas para suas perguntas, e respondia de uma forma que refletia essa crença. Eu exalava confiança em excesso. Tinha certeza demais. Em vez de admitir honestamente que não sabia a resposta, eu seguia em frente de qualquer maneira, improvisando e blefando — na verdade, eu não tinha ideia. Eu interpretava o silêncio dos meus ouvintes como sinal de que havia respondido suas perguntas de forma satisfatória. Mas, muito provavelmente, seu silêncio era resultado da incerteza gerada pela minha excessiva confiança. Essa atitude sufocava suas verdadeiras dúvidas. Eu conhecia o princípio espiritual de que a força de Deus se aperfeiçoa na fraqueza, mas ainda não havia assimilado essa verdade no coração.

O que eu precisava era de uma transformação do orgulho para a humildade — composta por muitas pequenas transformações, algumas das quais eu resistia, pensando, erroneamente, que tinha justificativa para manter minhas posições rígidas. Os motivos da minha resistência eram muitos. Algumas das minhas convicções eram corretas e valiam a pena ser preservadas. Mas havia algo mais em jogo — um fio de orgulho entrelaçado com todas as minhas outras razões. Eu precisava me desprender da ideia de que ser flexível significava abandonar e rejeitar minhas convicções. Em vez disso, significava ser gracioso, paciente e aberto a novas ideias e perguntas instigantes. Essa era a verdadeira indicação de sabedoria e força.

Olhando para trás, percebo que meu orgulho tinha um elemento de medo. Medo de expor minha falta de conhecimento, medo do julgamento, medo de perder o controle, medo da inadequação, medo da mudança. Todos esses fatores contribuíram para a construção de uma fachada ornamental de autoconfiança e inflexibilidade. Foi o historiador Daniel J. Boorstin quem escreveu a citação inicial: “O maior obstáculo para a descoberta não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento.” Essa “ilusão do conhecimento” pode ser definida como arrogância ou presunção. A transformação necessária para romper essa barreira pode ser extremamente desconfortável, mas, cada vez mais, a “força” que se abandona ao submeter-se humildemente à luz do escrutínio cede lugar a uma força, um poder e uma sabedoria mais profundos.

O Espírito Santo realiza essa obra dentro de nós, à medida que permitimos. O chamado à humildade é o chamado para experimentar uma verdade mais profunda, uma força mais autêntica e uma sabedoria mais significativa. É o paradoxo de perder posição, influência e poder que, no fim, conduz às realidades mais profundas de Deus. “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará.” (Lucas 9:24, NVI)

Um bom professor é conhecedor. Um grande professor é certamente isso, mas também alguém que permite que Cristo o transforme em um estado de humildade e inocência semelhante à de uma criança — alguém disposto a aprender com “os menores destes” nesse ciclo clássico e atemporal de descoberta que ocorre entre professor e aluno. O professor precisa da sua própria transformação para ser plenamente usado por Deus e modelar humildade e amor que geram vida para os outros.

Danny Plett


Danny é natural do norte da Colúmbia Britânica, Canadá. Aos doze anos, começou a compor melodias simples para piano, o que rapidamente se tornou sua paixão ao longo da vida! Em 1992, junto com sua família, cruzou o Atlântico para viver e trabalhar como cantor e compositor com o ministério TeachBeyond na Alemanha. Após 30 anos servindo com TeachBeyond na Alemanha, Danny retornou ao Canadá para atuar como pastor de adoração em sua cidade natal. Em 2019, voltou a trabalhar com o TeachBeyond, continuando a compor e gravar músicas, fazer concertos e workshops, e orientar jovens músicos e compositores. Ele é um seguidor apaixonado de Cristo e acredita inabalavelmente que a mensagem de Cristo é a melhor notícia que já foi anunciada! Acesse www.dannyplett.com para conferir seus lançamentos mais recentes, incluindo As Diamond Cuts Diamond e Losing Myself in You.

Texto original disponível em: https://teachbeyond.org/article/why-the-teachers-transformation-matters

Traduzido por Natália Vergani Cartelli.

Posts recentes:

Posts relacionados:

Eventos:

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

Didaquê


Fique em contato com a gente

Escritório Nacional: Av. Júlio de Castilhos, 1401 Sala 501 — 95010-003 — Caxias do Sul/RS

um ministério:

TeachBeyond Brasil