Cultivando uma Cultura da Descoberta e Investigação

Uma sala de aula adepta a uma cultura de descoberta e investigação é um lugar diferente, vivo, onde os alunos veem a alegria de serem aprendizes, e também que vida é mais do que “caixinhas de fatos” e padrões de rotina.

Uma sala de aula que desenvolveu uma cultura de descoberta e investigação é um lugar diferente, vivo, onde os alunos têm alegria em aprender e descobrem que a vida é mais do que uma coletânea de fatos e padrões rotineiros, mas passam a vê-la como um lugar de admiração e interesse.

Uma cultura que dá lugar à descoberta e à investigação no dia a dia é possível. Um professor pode usar vários recursos que dão instruções passo a passo de como criar um currículo de descoberta e investigação. Contudo, sem acrescentar isso à cultura, currículos podem ficar vazios e sem vida. Antes que um currículo ou plano funcione, a cultura dá vida às ferramentas que usamos.

A descoberta e a investigação como estratégia de ensino e aprendizagem existiram como uma reação a uma pedagogia de palestras e atividades que criava alunos apáticos. Talvez deveríamos ir além e chamar essa “cultura de descoberta e investigação” de cultura do “maravilhamento”. Mantemos o interesse na descoberta e na investigação, mas expandimos o que estamos fazendo para enfatizar a maravilha. Uma cultura de admiração é grande o suficiente não apenas para incluir descoberta e investigação, mas também para manter a majestade de Deus. É uma cultura que olha ao redor e vê mais, que faz perguntas e espera aprender e se surpreender.

Pela graça de Deus, podemos criar uma sala de aula onde o maravilhamento faz parte da vida diária; onde alunos são atraídos não só para a grandiosidade de Deus, mas também para a grandiosidade do assunto que estão estudando e para a própria aprendizagem.

Etapas iniciais

A cultura é encontrada nas pequenas coisas, por exemplo, na linguagem comum do dia-a-dia, na forma como as pessoas são tratadas, no que é celebrado ou ignorado e nos sentimentos sobre aquele momento e lugar. À medida que criamos “ambientes educacionais excelentes”, podemos criar uma cultura que usa as melhores práticas e vai além para se tornar um ambiente onde a aprendizagem e a admiração são entretecidas na estrutura do lugar e na vida das pessoas.

Uma cultura repousa nas pessoas, não em um currículo escrito. Dessa forma, o criador central dessa cultura é o professor. Nada muda mais a cultura do que os professores que deixam sua empolgação transbordar à medida que estão sendo transformados por Deus; à medida que estão aprendendo e crescendo. Criar uma cultura de admiração é sobre o “currículo vivo” da vida do professor, tocando a vida dos alunos e mostrando sua paixão por Deus e pelas coisas que estão sendo aprendidas.
Não se trata de trabalhar mais ou criar um mega currículo educacional.

Trata-se de deixar as coisas que você, como professor, está aprendendo entrar na sala de aula e compartilhá-las com seus alunos, sem ter medo de mostrar sua própria admiração e alegria na descoberta e na investigação. Você ainda fará coisas normais, mas estará rodeado de coisas com as quais você está animado e que trazem vida para atividades rotineiras.

Deixe-me encorajá-lo a ler Colossenses 2:1-5, especialmente onde Paulo diz: “O próprio Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. Que prazer é saber que, à medida que aprendemos e fazemos perguntas, a finalidade é Cristo! Quer estejamos entusiasmados com ângulos retos ou adjetivos, todo esse aprendizado aponta e termina em Jesus. Que alegria fazer parte disso e permitir que os alunos vejam essa maravilha em nossas vidas ao descobrirmos tesouros de sabedoria e conhecimento!

Para cultivar essa cultura de descoberta e investigação – ou, na verdade, de admiração – aqui estão algumas práticas úteis:

  1. Aprenda algo novo o tempo todo. Não precisa ser algo grande. Você pode pegá-lo de um sermão, seguir tweets de organizações em sua área de interesse, ler algo diferente do normal. Mantenha-se atualizado, sempre aprendendo.
  2. Conheça seus objetivos de aprendizagem. Ao fazer seus planos de aula, perceba que eles são etapas para os alunos aprenderem os objetivos. Você pode mudar seus passos e deixar espaço para se perguntar se sabe o que os alunos devem aprender naquele dia e garantir que você chegue lá.
  3. Mire no coração. A aprendizagem começa no nível do sentimento. A área afetiva, dentro dos Objetivos de Aprendizagem, é a terceira taxonomia que Bloom desenvolveu. Ele não se concentrou apenas no aspecto cognitivo, mas sabia que os objetivos que impactam sentimentos e atitudes (como a “maravilha”) eram legítimos e valiosos.
  4. Oriente seus alunos. Os guias de trilhas nas montanhas não pedem apenas que as pessoas os sigam. Eles dão aos caminhantes a chance de liderar. Ele os mantém seguros. Eles os levam para onde deveriam ir; às vezes de maneiras diferentes. Eles conhecem lugares de alegria e admiração e conduzem seus grupos até lá. Este é o seu papel.
  5. Faça perguntas e ensine os alunos a fazerem perguntas boas e valiosas também. Tenha dúvidas sobre muitas coisas e, quando elas forem respondidas, crie ainda mais perguntas. Ensine seus alunos a alegria desse processo e encaixe-o em sua instrução.
  6. Encontre as respostas. Ao contrário de alguns currículos de descoberta e investigação que permitem que os alunos decidam o que estão aprendendo, sabemos que existem verdades eternas de valor. Ajude os alunos a encontrarem as respostas, ao mesmo tempo em que você os deixa fazer parte da alegria da descoberta. Não diga apenas, guie-os para a verdade de Deus.
  7. Crie espaço para compartilhar. Você pode escolher o tópico ou deixá-lo em aberto. Dê aos alunos a oportunidade de compartilharem o que descobriram. Dê-lhes tarefas de coisas estranhas como: “Pergunte aos seus pais o que eles pensam sobre buracos negros” e, em seguida, deixe-os compartilharem sobre isso.
  8. Dê aos alunos ferramentas para saberem como descobrir e investigar, como encontrar novas ideias e se aprofundarem. Minha alegria e admiração pelo estudo da Bíblia cresceram quando recebi boas ferramentas de estudo. Ensine os alunos a aprenderem, não apenas a saberem o conteúdo (a “matéria”) que precisam aprender.
  9. Mude suas rotinas. Vivemos em uma linda cidade inglesa, mas depois de alguns anos começamos a não mais notar sua beleza e suas peculiaridades. Nós nos acostumamos com os padrões da realidade que nos cercam e esquecemos de nos maravilharmos com um novo olhar. Ao mudar as rotinas, você pode ajudar os alunos a olharem em volta e não perderem a admiração pelas coisas da vida.
  10. “Venham e vejam.” Uma das minhas passagens favoritas é João 1:35-39. Dois discípulos seguiram Jesus e, quando Ele os vê, pergunta: “O que você procura?” Eles respondem: “Onde você está hospedado?” Eles querem o endereço, mas Jesus quer mais. Ele diz: “Venham e vejam”. O que viram mudou suas vidas. Saiba que Deus quer que nos acheguemos a Ele, e não apenas para obter as respostas. Ensine seus alunos a encontrarem áreas em seu pensamento, discussões e leitura, onde suas perguntas não são satisfeitas por uma resposta simples; convide-os a mergulharem mais fundo nelas.

Uma cultura de descoberta e investigação – ou melhor, uma cultura de admiração – não está tão longe assim. Ao se envolver nessas práticas, você pode ajudar a cultivar uma cultura de admiração em sua sala de aula e, ao fazê-lo, pode aumentar a empolgação e a alegria dos alunos em aprenderem mais profundamente sobre o grande tesouro da sabedoria e do conhecimento, o próprio Jesus.

Joe Neff


Joe atua na TeachBeyond como Embaixador Sênior de Educação Transformadora. Ele ajudou a liderar escolas por trinta e seis anos, principalmente em três escolas cristãs nos Estados Unidos e em uma escola no Sudeste Asiático. Ele adora ver alunos e educadores se tornarem tudo o que Deus deseja.

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