Seminário Teológico de Gramado recebe novos alunos

A cada novo ano, após o feriado de Carnaval, o Seminário Teológico de Gramado (STG) se prepara para receber seus novos alunos. A equipe interna e os alunos veteranos são responsáveis pela preparação dos bastidores — reformas, limpezas e organização dos ambientes — a fim de acolher os calouros em sua nova casa. 

Estse ano, a graduação (veteranos do segundo e terceiro ano) chegou na sede do TeachBeyond Brasil, organização à qual o STG pertence, na quarta-feira, dia 22/02. Depois de um churrasco de boas-vindas e uma boa noite de descanso, dedicaram-se a tornar este lindo lugar ainda mais aconchegante e cheio de vida.

Os primeiranistas (programa chamado LiveBeyond) chegaram no sábado, dia 25/02, cheios de malas (rs) e expectativas. Eles e seus familiares, que obviamente aproveitam a ocasião para dar uma “turistada” em Gramado, foram recebidos com um coffee-break delicioso, servido antes da reunião de abertura.

Os meses de fevereiro e março são frenéticos para o STG, pois trazem consigo uma série de atividades fundamentais para o bom andamento do restante do ano. Ao final desses dias, parece que todos já se conhecem há tempos. Para você ter uma ideia de algumas destas atividades iniciais, segue uma breve listinha:

  • Reuniões da equipe interna;
  • Gestão das áreas e processos;
  • Recepção dos veteranos;
  • Preparação dos ambientes;
  • Recepção dos calouros;
  • Integração com missionários da sede;
  • Semana de orientações acadêmicas;
  • Viagem Desafio (natureza, acampamento, trilha etc.); 
  • Início das aulas (LiveBeyond) e pesquisa acadêmica (graduação);
  • Recepção dos professores;
  • Ministérios semanais;
  • Finais de semana de ministério;
  • Viagem da Polenta (LiveBeyond conhece a realidade da Serra Gaúcha).

Louve a Deus com a gente por tantas bênçãos! Agradeça por cada aluno que compõe a família STG ; também, por cada igreja enviadora e parceira, por cada projeto social que auxiliamos, pelos parceiros de oração e diversos mantenedores envolvidos, pelas bolsas de estudo concedidas. Não esqueça de orar por cada professor que se dispõe a lecionar disciplinas que tocam em questões teóricas e práticas muito ricas. 

Em 2023, a família STG é composta por 18 alunos, sendo 13 Lives (primeiranistas) e 5 veteranos (graduação livre em teologia). Além disso, são 6 pessoas da equipe interna (Programa, Acadêmico, Comunicação e Financeiro), diversos voluntários, e uma série de conexões com missionários do mundo todo. 

Ednardo Duarte

Coordenador do STG

Entrevista com Daniel Reis por Nossa Chima, a revista online do STG

O Seminário Teológico de Gramado, que acontece na base do TeachBeyond Brasil, anualmente realiza um Encontro de Pastores e Líderes. Nesse ano de 2022 recebeu Daniel Reis, pastor responsável pela área de aconselhamento na Igreja Batista Memorial em São Paulo. Confira abaixo o texto que foi para a revista online do STG, a Nosso Chima.

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Estivemos como Seminário conhecendo mais e ouvindo o Pr. Daniel Reis durante o final de semana de Encontro de Líderes e Pastores, aqui na instituição. Muitos de nós, jovens ou novos aqui na região, ainda não o conhecíamos e estávamos apenas com as informações gerais em mãos: há 50 anos casado com Maud Reis, com o mesmo tempo de ministério, a maior parte destes anos dedicados ao pastoreio. Hoje, um pastor experiente que cuida e trabalha com mentoria de líderes.

Mas, na verdade, ele já conhecia este lugar e muitas das pessoas que estavam aqui. Já tinha sido colega de trabalho de alguns, conselheiro de outros, parceiro de ministério. Com 74 anos, filhos e netos, já acumulou uma boa dose de vida — em uma dessas estradas conheceu a família Janz Team e o trabalho que desenvolviam aqui na Serra Gaúcha.

Chegou a atuar na diretoria do então Janz Team (hoje vinculado ao TeachBeyond Global), lecionou matérias para o Seminário e participou de muitas ações por aqui na época, quando também era pastor na Primeira Igreja Batista de Porto Alegre (Conde). Hoje, Daniel Reis serve na Igreja Batista Memorial como pastor.

A partir de algumas perguntas iniciais, gostaríamos de compartilhar com você a entrevista realizada nesse período.

Daniel, muito obrigada por aceitar nosso convite para essa entrevista. Temos ouvido bastante sobre liderança espiritual e ministério pastoral e queríamos saber como foi o seu processo decisório para seguir essa vocação!

Bom, meu pai era um homem muito habilidoso com a madeira. Nós tínhamos uma oficina com algumas máquinas e alguns funcionários. Os trabalhos que ele fazia eram muito bons e eu aprendi desde cedo a fazer peças de madeira com meu pai. Mas quando eu tinha 15 anos, meu pai teve um derrame cerebral e veio a óbito. Foi uma circunstância muito difícil, porque além do luto, tivemos que vender a oficina, despedir os funcionários e não ficamos com muitos recursos.

Nossa família teve que se virar muito cedo e todos nós trabalhávamos com o que podíamos. Foi exatamente nesse contexto que Deus me chamou para o ministério. Eu pensava: “Como vou para o ministério com a necessidade de ajudar minha mãe?”

Queria falar algo sobre a minha mãe, antes. Ela era uma mulher muito crente. Muito crente. Quando, no início da adolescência, tive alguns episódios de rebeldia infantil, lembro ela falando: “você pode voltar de noite a hora que quiser, só que enquanto você não voltar, eu vou estar ajoelhada na minha cama, orando por você.” Digo uma coisa para vocês: pouca coisa na vida é tão forte quanto a oração de uma mãe!

Voltando à nossa circunstância naquele momento na vida, mesmo com a fé muito forte em Deus, me surpreendi quando minha mãe disse sim para a ida ao seminário e me deu a maior força. Nós não tínhamos como pagar, mas ela confiava que Deus iria sustentar. E foi assim! Durante o tempo de seminário trabalhei bastante na marcenaria e lavei muita panela, mas não fiquei devendo nada!

Queria falar algo para vocês: é de enorme valor seguir o ministério com a bênção dos pais!

Quais são suas maiores inspirações em termos de ministério? Podem ser pessoas ou instituições.

A primeira instituição que me marcou foi a igreja local. A segunda foi a instituição Palavra da Vida, na questão sobre chamado e entrega. A terceira foi a missão que trabalhamos no alcance aos judeus, junto com a APEC (Aliança Pró-Evangelização de Crianças), o Janz Team (atual TeachBeyond Brasil) e a MEVA (Missão Evangélica da Amazônia).

Quanto a pessoas, Davi Kocks e sua esposa, que me acompanharam durante o seminário e me ensinaram muita coisa! Roberto Brennan, professor de missões judaicas, do qual sou amigo até hoje e a amizade se estendeu à nossa família. Outra grande influência foi o Dr. Shedd, uma grande influência acadêmica e depois de nos conhecermos mais, uma pessoa como um todo importante para mim. Muito gentil, respeitoso e atencioso. Por último, o Jaime Kemp!

Você se via trabalhando com mentoria para líderes? O que lhe despertou para essa necessidade?

Comecei a trabalhar com mentoria na Igreja Memorial com a equipe de tempo integral, que hoje são cerca de 35 pessoas.

Mas uma conferência me marcou, especialmente. Fui junto com outros líderes para uma conferência perto de Campinas em que John MacArthur falou muito sobre a necessidade de um colegiado de pastores, de como no Novo Testamento não se viam pastores trabalhando sozinhos. Ali fomos desafiados poderosamente a treinar líderes para assumir responsabilidades nesse sentido e com ele aprendi a investir na liderança local. Alguém precisa pastorear os pastores!

Então, quando fomos para São Paulo, já naquela época meu principal ministério era ser líder de grupos pequenos, e depois me dediquei mais à mentoria e à pregação.

Queria que você nos contasse uma coisa que traz “pés sujos” para a “terra santa” (referência ao tema do encontro), dentro do ministério pastoral.

Talvez o maior problema que os pastores enfrentam seja na interrelação com a igreja. A igreja acha que eles são os patrões dos pastores, e isso é errado. Os pastores não são empregados da igreja: eles são empregados de Deus a serviço da igreja, para exercer um ministério que vem de Deus.

Do lado do pastor, ele acha que é o dono da igreja, e não é. O dono da igreja é Jesus. Essa é uma luta de vaidade, de egocentrismo, do “meu rebanho”. O contrário que é verdade: você é que pertence àquela igreja, você não é o dono dela. A igreja é de Cristo e o pastor é de Cristo!

No seu acompanhamento de líderes, quais você observa que são as maiores diferenças de fazer liderança na nossa geração? (Dificuldades, ganhos, etc).

Eu olho hoje em dia para esta geração de pastores e vejo um conceito diferenciado de divisão de tarefas. Por exemplo: os casamentos estão mais perto do que a Bíblia ensina quanto ao compartilhamento de tarefas, mais que na minha época. Dividem dinheiro, projetos, tarefas. Nesse sentido, treinar liderança é mais fácil hoje em dia.

Vejo também que o conceito de liderança de hoje é mais diferente, mais suave, mais na ideia de influência. Na minha época era mais uma questão de guia, de pessoa que vai na frente. Hoje tem muito a ideia de delegar, de dividir tarefas. Mas treinar subordinados é fácil de fazer, agora treinar para ficar no seu lugar, é outra coisa!

“Delegar tarefas ou dividir poder?” — esse é um estudo que tenho. O primeiro é uma espécie de gerenciamento, de coisa que o homem faz. Mas o que Deus faz é formar líderes espirituais, com poder espiritual. Não é administrativo, não é relógio suíço. É preciso poder de Deus, do Espírito Santo! Treinamento espiritual.

Como você percebe que deve ser a preparação para o pastoreio?

Caráter, conhecimento e competência. Nessa ordem. Às vezes os seminários dão muita importância para o conhecimento… o ministério de mentoria, para mim, visa ao caráter, que é um projeto de vida. Mas o conhecimento também é muito importante! O pastor precisa aprender, estudar, adquirir novos conhecimentos para ensinar aos outros. Ele também precisa da competência para saber fazer. As 3 coisas precisam existir. Vai haver diferenças de um pastor para o outro, mas todos precisam buscar desenvolver as três áreas.

Em um colegiado de pastores, o pastor titular é um líder forte, com tendência a centralizar, mas que precisa dar espaço para você criar e crescer. Ele geralmente pede resultados, mas tem que dar espaço para isso acontecer também.

No seu relacionamento com líderes de diferentes contextos e faixas etárias, quais você diria que seriam os maiores perigos para alguém que está no ministério?

A principal tentação de um líder é ele trabalhar em função do sucesso. Não do frutificar, mas da fama, do crédito, do reconhecimento público. O sucesso não pode vir antes do coração e essa é uma grande dificuldade.

A outra é a amizade. Por que? Porque se você coloca suas convicções atreladas às amizades, você corre grandes perigos. Fica difícil repreender os amigos, fica difícil discordar deles. É um perigo.

Como fugir disso?

Ache alguém mais experiente, de confiança, com quem possa compartilhar. Outra forma é ler livros sobre o assunto.

Se você pudesse nos indicar alguns materiais (livros, filmes) que nos levam a refletir sobre liderança, quais seriam eles?

Filme: O advogado do diabo, porque mostra exatamente o que o diabo faz; é interessante para perceber como resistir às tentações.

Livros: Jenny Edwards — Os três reis; Phillip Yancey — Deus sabe que sofremos; Evelyn Christenson — Ganhando através da perda; Josh McDoweell — Mais que um carpinteiro; A mensagem — Eugene Peterson; O discípulo — Juan Carlos Ortiz; Oração — Edwin Orr; O cristianismo no banco dos réus — Collin Chapman

Autores em geral: C.S. Lewis, Max Lucado (devocional), John MacArthur, John Stott, Francis Schaeffer. Russell Shedd, Augustus Nicodemus, Hernandez Dias Lopes e C. I. Scofield (sobre escatologia).

Muito obrigada por este tempo compartilhando conosco! É um privilégio poder aprender com você!

Entrevista conduzida por Joyce Melo no dia 02 de setembro de 2022, na sede do TeachBeyond Brasil, em Gramado.

*O conteúdo deste texto é de responsabilidade de seu(s) autor(es) e colaboradores diretos e não reflete necessariamente a posição do TeachBeyond Brasil ou de sua equipe ministerial.

Thanks to Luiza Cristina Zagonel

Inscrições abertas para estudar no Seminário Teológico de Gramado

As inscrições para o Live 2023 já estão abertas! Mas… você sabe o que é o Live?

O Live é um programa do Seminário Teológico de Gramado – STG. Nele, jovens cristãos recebem uma formação teológica e ministerial que os ensina a pensarem biblicamente. Nosso objetivo é auxiliar esses jovens a terem uma vida cristã íntegra, com um conhecimento bíblico acima da média, a fim de que sejam testemunhas fiéis onde quer que estejam.

Durante o tempo no Live (que pode ser 6 meses ou 1 ano), os alunos têm aulas de teologia com homens e mulheres verdadeiramente comprometidos com a igreja de Cristo e engajados ministerialmente. Eles também recebem capacitação ministerial e oportunidades de servir em igrejas locais e projetos sociais. Além disso, o Live é também a porta de entrada para a graduação livre em teologia do STG, com duração total de três anos.

O programa é presencial, o que significa que os estudantes residem na sede do TeachBeyond Brasil, em Gramado/RS, e convivem com os missionários que trabalham no local. Mas eles não passam o tempo todo aqui, não! Ao longo do ano, os alunos participam também de viagens missionárias em diferentes contextos, colocando em prática aquilo que aprendem na sala de aula.

Confira o testemunho de uma das alunas deste ano e venha vivenciar essa experiência incrível conosco em 2023!

 Eu sou a Maria, tenho 19 anos e sou da Primeira Igreja Batista de Caxias do Sul. Certamente o ano de Live foi uma novidade singular, um renovo do Senhor e um aprendizado fundamental que marcou profundamente a minha vida em diversos aspectos. Foi a primeira vez que eu saí de perto da minha família e da minha igreja local para estudar e viver em um contexto diferente do meu, o que me desafiou muito. Precisei tomar decisões e ter novas responsabilidades, enquanto aprendia sobre novos universos que eu ainda não havia explorado a fundo, como morar e conviver com pessoas que eu não conhecia e estudar teologia com mais profundidade. Este tempo foi e tem sido muito especial para a minha caminhada de conhecimento bíblico, pois tenho aprendido a cultivar diariamente um relacionamento profundo com o Pai, e muito além de falar de Jesus eu preciso e quero viver com Ele e ser exemplo àqueles que estão à minha volta. O ano de seminário me possibilitou conhecer mais do mundo e entender quem eu sou em Cristo, além de me proporcionar vivências que me fizeram refletir sobre o que eu quero para o meu futuro e ter um novo olhar para as pessoas à minha volta, buscando amar como Jesus amou, fazer a vontade dEle e glorificar o Seu nome em meu viver.