Um testemunho de como foi o Acamp de Jovens do Acamp-Serra por João Machado

Meu nome é João Machado e vou contar como foi a experiência do Impulso para a minha vida. Cerca de 90 jovens se reuniram no Acamp Serra em outubro. Ainda com a saudade no coração, quero relatar um pouco do que vivemos, refletimos e aprendemos nesses dias. 

É bom fazermos questionamentos profundos, ora ou outra. Vivemos em um mundo em que temos respostas para várias questões. Fazemos isso todos os dias nas redes sociais. O que acontece é que parece que as mesmas indagações continuam perseguindo nossas mentes: Quem sou eu? O que é a verdade? É suficiente? Essas três foram provocadas pelas palestras. Podemos saber muitas informações mesmo sem refletir sobre isso, . Mas, no fundo, no nosso coração, não há nenhum conforto ou tranquilidade. Como resumiu bem nosso palestrante:

“O dilema principal da vida é descobrir aquilo que você ama”

(Guilherme Iamarino)

O acampamento foi uma caminhada em quatro pilares para sustentar respostas sinceras a essas perguntas. 

Primeiro, fé. A fé é um assunto quase esquecido no pós-modernismo. Somos influenciados a pensar que ela não é necessária. O Guilherme trouxe uma visão interessante e provocadora. Jesus e seus amigos e discípulos foram confrontados pela afirmação “Homens de pouca fé”, ao temerem a maré. Eles tiveram medo.

Você já sentiu medo?! Não só aquele medo que você deveria mesmo temer. Mas um medo que você mesmo criou. Uma ansiedade irracional que você acreditou. Fomos de cara, confrontados com essa pergunta no primeiro dia. 

Temos medos irracionais e medos racionais. Os irracionais podem ser a respeito do julgamento dos outros, do futuro ou mesmo a culpa sobre o passado. 

O antídoto contra o medo, então, não é tanto a coragem, mas a fé.


“A fé ajusta os medos, porque a fé correta ajusta meu coração para o lugar certo.”

(Guilherme Iamarino)


Não é apenas sobre sentimentos, mas sobre no que e em quem acreditamos: o que amamos. Quem somos está relacionado ao que amamos.

É por isso que todas as coisas podem ser bem redirecionadas. Podemos colocar os aspectos da nossa vida no local correto. O medo também. Temer aquilo que o Criador de tudo nos diz para não temer não é a direção certa. Mas temer ao Senhor sim. Deus supera nossos medos. Crer nEle é suficiente. Nem sempre sabemos tudo sobre a realidade. Por isso que o Guilherme afirmou “O convite do cristianismo é adentrar o desconhecido certo de que Deus é o soberano”.

Segundo, Esperança. Lembrei-me de um exemplo* sobre a esperança: Ela é como os raios de sol que podemos ver perpassando uma janela que o olhar não alcança. A fé é crer que aqueles raios são o sol. Ver os raios me dá esperança e alegria, que um dia não só o calor do astro será sentido, mas também o verei. Verei aquele sol que tanto me aquece que devo me abrigar sob um lugar seguro para não sofrer seus danos. Deus é o sol. E felizmente podemos nos abrigar sob a misericórdia desse Deus, revelada no sacrifício do Salvador, seu Filho, Jesus.

Também recordei de uma outra frase:

“O Cristianismo é realista porque diz que, se não há verdade, também não há esperança; e não pode haver verdade sem fundamento adequado.”

(Francis Schaeffer)

Deus sustenta nossa esperança, do contrário, não haveria verdade.  Além disso, nossa esperança só pode estar em Deus, como afirmou o Catecismo de Heidelberg, citado pelo palestrante:

Q.Qual é o seu único consolo na vida e na morte?
R.Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus Cristo. Ele pagou completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso e libertou-me de todo o domínio do diabo. Ele também me guarda de tal maneira que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação. Por isso, pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.

Terceiro, Amor. Chegamos ao ponto central, ao clímax. Quem amamos? No que acreditamos profundamente? Esse amor, assim como a fé, a esperança e a alegria, precisa ser bem direcionado.

“Quando o amor é um deus, isso vira um demônio”

(C. S. Lewis)

Interessante que o amor verdadeiro não está nos humanos. Temos um tipo de amor quebrado e imperfeito. O amor perfeito está numa realidade superior. Um dos discípulos de Jesus disse: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1 João 4:8-1. Ou seja, Deus, que é amor, concede amor a nós. 

Feito um halo perfeito, a Bíblia também conclui que “No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.”1 João 4:18. Não precisamos ter medo se tivermos o amor. E temos, através de Cristo.

Nesse meio tempo, tivemos palestras sobre adoração (Joyce Mello) e santidade missional (Raphael Haeuser). Ficou claro que, para fazermos a vontade de Deus para nós, isso deve ser dedicado na nossa própria vida, dia a dia. 

Mais tarde também tiveram atividades de aventura e um luau bem típico de acampamento. Tudo muito intenso e, embora fossem poucos os dias, passaram devagar. A sensação que me ocorre nesses acampamentos é que o tempo fica menos rápido que o costume. É que dou valor às coisas mais importantes da vida: as amizades, as conversas, a meditação, a leitura. 

Quarto, Alegria. “Felizes são” ou “bem-aventurados”. Nosso querido Ednardo trouxe uma reflexão na leitura do famoso Sermão da Montanha. É uma alegria diferente do que normalmente pensamos, semelhante ao amor. Sermos felizes em sermos sedentos por Deus; em chorarmos; em sermos humildes; querermos ver a justiça sendo cumprida; termos misericórdia; termos pureza; sermos pacificadores. Parece contra-intuitivo; e é. Mas como todas essas coisas vêm de Deus, isso é possível.

Domingo foi a despedida. Antes, conversamos em grupo sobre o que aprendemos naqueles dias. Foram tantas as coisas… Ficou no coração aquela canção “Até outra vez” do Projeto Sola. Espero que venha logo essa próxima vez...

* Esse exemplo é tirado das Institutas de João Calvino

Texto: João Machado
Revisão: Amanda Vanoni

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário