Pesquisas demonstram que 79% dos professores apresenta algum distúrbio na voz.
Como está a sua?

A Saúde Vocal do Educador

(série Saúde Integral)

Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, presenteou-nos com diversos dons e talentos. O ensino é com certeza um deles e os professores o colocam em prática no seu dia a dia. Porém, com o passar dos anos, tem se percebido que todas as atividades profissionais nos colocam em algum risco de desenvolver doenças, o que tem gerado um grande movimento em prol da prevenção como promotora de saúde e qualidade de vida.

Um dos problemas que pode afetar a vida do professor é um distúrbio vocal. Esse pode ser tão incapacitante que a ponto de gerar sofrimento no exercício da função do ensino e até mesmo afastamento de suas atividades. As pesquisas na área demonstram que a frequência desses distúrbios é alta entre a classe, chegando a 79% de professores com alguma queixa/sintoma vocal nas redes públicas de ensino. O uso inadequado e abusivo da voz, as jornadas excessivas, o falar em ambientes muito ruidosos, a ausência de pausas durante a jornada de trabalho, a presença de poeira ou produtos químicos no local de trabalho, a falta de equipamentos de apoio como instrumentos de amplificação quando o tamanho do local exigiria são alguns fatores de risco para os problemas de voz. Além disso, algumas patologias prévias podem contribuir com o aparecimento de distúrbios vocais como as doenças respiratórias (rinite, sinusite) e o refluxo gastroesofágico.

O nosso corpo dá alguns sinais de que as coisas não vão bem antes da instalação da doença. É importante estarmos atentos para buscarmos mudanças de hábitos e assim evitarmos a patologia. São sintomas vocais: rouquidão, quebras na voz, perda de intensidade vocal, dor, coceira ou ardência ao falar, cansaço ao utilizar a voz, pigarro frequente, garganta seca, sensação de aperto ou bolo na “garganta” e perdas eventuais de voz, principalmente relacionadas ao uso vocal intenso.

Alguns cuidados podem ser benéficos para a voz. Vale a pena colocá-los em prática no dia a dia. São eles:

  • Enquanto estiver usando a voz beba bastante água (em temperatura ambiente) em pequenos goles. O ideal é beber pelo menos 2 litros por dia.
  • Fale pausadamente e de maneira correta, articulando bem as palavras e evitando tensões desnecessárias.
  • Mantenha uma alimentação equilibrada, evitando alimentos pesados antes do uso da voz. Comer uma maçã por dia é benéfico, pois ela possui propriedades adstringentes que são excelentes para a voz.
  • Evite usar intensamente a voz sem treinamento adequado. Se possível, procure um fonoaudiólogo para ensiná-lo a usar a voz de forma mais eficaz e também como fazer aquecimento e desaquecimento vocal. Para serem seguras, as técnicas devem ser individualizadas, por isso evite seguir exercícios que encontrou na internet. Além de não serem específicos para o seu caso, você pode estar realizando-os de forma errada e colocando ainda mais em risco suas pregas vocais.
  • Evite utilizar a voz ambientes com ar poluído (que podem envolver poeira, mofo, cheiros fortes), ar condicionado e também mudanças bruscas de temperatura.
  • Evite tossir, gritar muito, pigarrear ou cochichar.
  • Durma bem (de 6 a 8 horas diárias).
  • Evite o uso de soluções caseiras (gengibre, pastilhas, etc) principalmente antes do uso da voz. Além disso, tenha cuidado com o uso de alguns medicamentos, lembrando que o cigarro, bebidas alcoólicas e as drogas são maléficas a voz.

E preste atenção: rouquidão que persiste por mais de 15 dias indica que é hora de procurar avaliação médica, neste caso, um otorrinolaringologista.

Jaqueline Garcia da Rocha Velho

É fonoaudióloga, especialista em Neurociências aplicada a Linguagem e Aprendizagem. É funcionária pública no município de Caxias do Sul, tem experiência como professora de técnica vocal e atua no ministério de louvor da sua igreja.

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