Criatividade: indo além das artes
(série valores)
Quando eu estava na escola, tive o privilégio de ter uma excelente professora de educação artística. Mesmo em meio a muitas aulas complexas, à prática de três esportes e a participação no coral e do grêmio estudantil, minhas aulas de artes eram muito importantes para mim. Eu ficava até tarde para terminar os projetos e até ia para a sala de arte durante períodos livres. Por quê? Com todo o estresse do ensino médio, por que eu estava priorizando educação artística? Claro que eu gostava de escapar de ler e escrever, mas ainda assim estava pensando, analisando e resolvendo problemas. Educação artística não era tempo livre.
A professora costumava a nos desafiar constantemente, dizendo coisas como “Isso é um bom começo.” Espere aí, o quê? Eu pensei que tinha terminado! Ou, depois de cometer um erro grave em uma pintura, ela incentivava: “Erros são oportunidades”. Espere aí, não posso começar de novo? Eu preciso continuar trabalhando com essa bagunça?! Ela nos incentivava a fazer os trabalhos de educação artísticas antes de praticar esportes porque dizia que isso estimulava a nossa criatividade. Éramos incentivados a observar arte e experimentar coisas novas, e essa capacidade de observação poderia ser usadas nos esportes na hora de fazer uma jogada diferente, além de nos ajudar com as demais tarefas de casa.
Essas experiências de abraçar o valor das artes me moldaram não apenas como estudante, mas também como professora. Embora não possamos pintar com nossos alunos nas aulas de matemática ou português, acredito que podemos incorporar elementos imaginativos que estimulam a busca de soluções criativas e o pensar “fora da caixa”. Para alguns, a própria palavra “criatividade” gera medo e apreensão. Eles acham que não sabem desenhar ou compor uma música. Eles dizem “eu não sou criativo.” Criatividade não é apenas sobre as artes, mas também sobre buscar soluções inteligentes para os problemas. O que você faz quando fica sem açúcar? Como você reorganiza uma lição quando ocorre uma interrupção inesperada? O que você faz quando um aluno quebra a mão e não consegue escrever por seis semanas? Você busca soluções criativas!
Criatividade tem a ver com imaginar diferentes possibilidades. Considere algumas delas para as suas aulas:
Configuração física
- Uma configuração diferente estimulariauma dinâmica de sala de aula diferente? Aqui estão algumas sugestões (veja o diagrama abaixo).
- Tente colocar novas cores e decorações na parede — tente encontrar coisas que sejam úteis e bonitas.
Planejamento de aulas
- Planeje várias maneiras de começar a aula, como fazendo perguntas bobas que envolvem vocabulário: “Você é mais parecido com um próton, elétron ou nêutron?”; exibindo imagens: “Quais são as diferenças nessas duas fotos?”; ou tocando uma música relacionado ao tema da aula enquanto os alunos entram na sala.
- Use diferentes tipos de avaliações informais: listas de verificação, tabelas, resumos de um minuto, colagem de post-its com suas respostas e meu favorito pessoal – “tire uma foto”. Por exemplo: “Em pequenos grupos, usando o seu corpos, crie uma cena que mostre a cadeia alimentar”.
- Incentive a cor: Ela nos acorda e nos ajuda a lembrar das coisas.
- Incentive o movimento: Há algo que você possa fazer nesta lição que tire os alunos de suas cadeiras ou use ações para reforçar algo? Adoro brincar de verdadeiro ou falso para fazer uma avaliação informal com todos ao mesmo tempo.
E o óbvio: incentivando as artes! – uma forma alternativa de incentivo é fazer uma parceria entre a Educação Artística e uma outra disciplina. Por exemplo, é possível fazer uma pintura, gravura, escultura, música ou dança para trabalhar conceitos de história ou literatura? O trabalho poderia inclusive valer nota para as duas disciplinas.
Para finalizar, quero nos levar de volta ao começo, sim, ao começo de tudo. Gênesis 1:1 diz: “No princípio, Deus criou…” Um dos melhores jeitos de desenvolvermos a criatividade é nos espelharmos no que Deus já fez. Ele criou todas as coisas a partir do NADA. Nós não podemos fazer isso. Mas podemos experimentar o prazer de cultivar algo até que se pareça diferente de qualquer outra coisa e, ao fazermos isso, nos conectamos ao nosso Criador de maneiras novas e inesperadas. Ser criativo pode ser arriscado, mas lembre-se de que até os erros servem como grandes oportunidades de crescimento!
Christy Biscocho
Serviços de Mobilização e Formação de Professores
TeachBeyond Global
Traduzido por Raphael A. Haeuser.
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