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TeachBeyond Brasil registra crescimento e perspectivas diferenciadas

Tendo a educação transformadora como a sua visão para alcançar vidas, o Teachbeyond propôs-se a ser um movimento de alcance global, contando hoje com mil membros servindo ao redor do mundo, e cerca de 20 mil pessoas alcançadas através dos projetos em andamento. Contabiliza-se ainda 160 organizações onde membros do TeachBeyond servem, bem como 72 países alcançados pela organização.

No Brasil, depois da adesão do Janz Team à proposta de educação cristã do TeachBeyond, aprovada em assembleia-geral em 2011, a Missão cresceu hoje para aproximadamente 90 missionários atuando nas 93 iniciativas voltadas à educação. 23 brasileiros atuam no Exterior. Todos estes projetos contam ainda com a força de cerca de 250 voluntários, e com 33 membros na Assembleia-Geral, órgão máximo da deliberação diretiva.

Todo este movimento acredita ter alcançado cerca de 4.020 aprendizes, bem como mais de 240 professores capacitados. Estes são números que não consideram o alcance virtual naturalmente proposto por todos os ministérios.

Estes dados refletem o que Deus está fazendo no TeachBeyond Brasil há 54 anos. “Tenho a oportunidade de experienciar a função de Diretora Nacional há sete anos, e neste período ajudar a implantar a nova proposta e suas políticas de trabalho orientadoras. Equipes capacitadas, e uma diretoria engajada e comprometida, além de uma notória dedicação de cada envolvido na Missão de alguma forma trouxe à entidade perspectivas diferenciadas, afirma Juçara Tonet Dini.

Dentre os cenários futuros, estão a instalação do Centro Global para a América Latina na sede do TeachBeyond Brasil em Gramado, e o Projeto Pensando o Futuro, que inclui reformas significativas na infraestrutura dos prédios da sede, bem como a aquisição de nova terra para os acampamentos em Nova Petrópolis. O sonho de muitos, na história do TeachBeyond, tornando-se realidade.

Seminário Teológico de Gramado recebe novos alunos

A cada novo ano, após o feriado de Carnaval, o Seminário Teológico de Gramado (STG) se prepara para receber seus novos alunos. A equipe interna e os alunos veteranos são responsáveis pela preparação dos bastidores — reformas, limpezas e organização dos ambientes — a fim de acolher os calouros em sua nova casa. 

Estse ano, a graduação (veteranos do segundo e terceiro ano) chegou na sede do TeachBeyond Brasil, organização à qual o STG pertence, na quarta-feira, dia 22/02. Depois de um churrasco de boas-vindas e uma boa noite de descanso, dedicaram-se a tornar este lindo lugar ainda mais aconchegante e cheio de vida.

Os primeiranistas (programa chamado LiveBeyond) chegaram no sábado, dia 25/02, cheios de malas (rs) e expectativas. Eles e seus familiares, que obviamente aproveitam a ocasião para dar uma “turistada” em Gramado, foram recebidos com um coffee-break delicioso, servido antes da reunião de abertura.

Os meses de fevereiro e março são frenéticos para o STG, pois trazem consigo uma série de atividades fundamentais para o bom andamento do restante do ano. Ao final desses dias, parece que todos já se conhecem há tempos. Para você ter uma ideia de algumas destas atividades iniciais, segue uma breve listinha:

  • Reuniões da equipe interna;
  • Gestão das áreas e processos;
  • Recepção dos veteranos;
  • Preparação dos ambientes;
  • Recepção dos calouros;
  • Integração com missionários da sede;
  • Semana de orientações acadêmicas;
  • Viagem Desafio (natureza, acampamento, trilha etc.); 
  • Início das aulas (LiveBeyond) e pesquisa acadêmica (graduação);
  • Recepção dos professores;
  • Ministérios semanais;
  • Finais de semana de ministério;
  • Viagem da Polenta (LiveBeyond conhece a realidade da Serra Gaúcha).

Louve a Deus com a gente por tantas bênçãos! Agradeça por cada aluno que compõe a família STG ; também, por cada igreja enviadora e parceira, por cada projeto social que auxiliamos, pelos parceiros de oração e diversos mantenedores envolvidos, pelas bolsas de estudo concedidas. Não esqueça de orar por cada professor que se dispõe a lecionar disciplinas que tocam em questões teóricas e práticas muito ricas. 

Em 2023, a família STG é composta por 18 alunos, sendo 13 Lives (primeiranistas) e 5 veteranos (graduação livre em teologia). Além disso, são 6 pessoas da equipe interna (Programa, Acadêmico, Comunicação e Financeiro), diversos voluntários, e uma série de conexões com missionários do mundo todo. 

Ednardo Duarte

Coordenador do STG

Como foi a 2º Pré-Conferência TeachBeyond para a América Latina?

Nos dias 3, 4 e 5 de novembro, aconteceu em nossa sede a 2ª Pré-Conferência TeachBeyond para a América Latina. Estiveram em Gramado/RS missionários de todas as regiões do Brasil, bem como líderes do TeachBeyond de diversos países da América Latina, além de membros do TeachBeyond Global.

Foram duas as principais atividades realizadas: o Treinamento de Liderança, com Matt Coe e Jennifer Rymer, e a Assembleia Geral do TeachBeyond Brasil, que contou com a presença de David Durance, o presidente do TeachBeyond Global.

Matt e Jennifer nos trouxeram diversos princípios e ferramentas úteis para o trabalho em equipes, com foco em líderes que trabalham com um grupo multicultural. Os períodos de palestras eram sempre intercalados com momentos de reflexão e discussão em pequenos grupos, o que auxilia no aprendizado e ainda fortalece os vínculos entre os presentes.

Entre os momentos de treinamento, os participantes tiveram também tempo de conhecer alguns pontos turísticos de Gramado e Canela. No tempo livre e durante as refeições, muitas amizades puderam ser desenvolvidas, e muitos sonhos a respeito daquilo que Deus pode fazer na América Latina, através do TeachBeyond, foram compartilhados.

Entre esses sonhos, está o Centro do TeachBeyond Global para a América Latina. A participação de David Durance na Assembleia Geral, compartilhando com membros e missionários a respeito disso, demonstrou o grande desejo das nossas lideranças de sempre caminharem junto de toda a equipe.

Agradecemos ao Senhor por tudo o que Ele fez nesses dias, por cada pessoa que esteve conosco, por cada abraço dado e por cada palavra de encorajamento ouvida. E esperamos, ansiosamente, por quando estaremos juntos novamente, com muitos outros que não puderam estar conosco nesses dias, na Conferência TeachBeyond América Latina, que ocorrerá em outubro do ano que vem.

O VÍRUS

De um vírus ouvimos rumores
Causando em nós temores
Vieram de terras distantes
Algo que nunca vimos antes

Rapidamente o vírus espalhou
Contaminando todos que encontrou
Milhares de vidas sendo ceifadas
E as pessoas apavoradas

Ainda tentando entender
Buscando a razão de ser
De tanto sofrimento e tanta dor
Responde-nos, nosso Senhor

Tudo à nossa volta mudou
Às pessoas, o vírus isolou
Não podemos nem nos tocar
O parente, ou o amigo abraçar

Ir à rua, à praça, à igreja
Nos lugares onde a vida sobeja
Para falar, conversar, para ouvir
Para viver, para interagir

Mas, o problema não para por aí
Há uma coisa que ainda não entendi
Esse vírus que ataca o pulmão
Também afetou a mente e o coração

Não conseguimos nos entender
Discordar, sem ofender
O vírus foi politizado
E cada um foi para o seu lado

Mas não há lado para escolher
Doente ou desempregado, tanto faz, tudo é sofrer
Nossa dor, pranto e gemido
Não tem cor, não tem partido

Livra-nos Senhor desta pandemia
Traz de volta a nossa alegria
Cura-nos e nos acalma
Mas cura também, o coração e a alma


(Adriano Caires – Missionário em Brasília)

COVID-19 e A Marca da Besta

Assistindo às notícias há alguns dias, vi fotos e vídeos daqueles que protestavam contra a quarentena do COVID-19 em exibição total. Estou ficando cansado de como certos textos bíblicos são anexados a certos movimentos e manifestações políticas – textos que são, francamente, mal utilizados e mal compreendidos. Infelizmente, o cristianismo acaba sendo deturpado no processo.

Com a insistência de minha esposa (que acha que eu deveria ser um pouco mais sincero sobre esse tipo de coisa), deixe-me oferecer alguns pensamentos que podem ser úteis para você ter em mente quando você vê fotos como essa flutuar nas notícias e nas mídias sociais .

A Marca da Besta
Não conheço nenhum estudioso ou teólogo bíblico respeitável que apoie que a quarentena ou vacina da COVID-19 está relacionada à “marca da besta”. Para iniciantes, em Apocalipse, a “marca da besta” não é de forma alguma um procedimento médico. Provavelmente, nem sequer é uma marca física ou visível. Ao contrário de algumas das teorias mais indutoras de medo que no passado ganharam força em alguns círculos evangélicos, a “marca” também não é algo que poderia ser acidentalmente adotada.

Por quê? Porque a marca da besta (Ap 13: 16-18) é uma marca que está intimamente ligada à adoração à besta (13:12, 15; cf. 19:20; 20: 4). Assim, a marca da besta é uma marca de lealdade e devoção à besta.

Além disso, quando você compara aquelas passagens em que a marca da besta é discutida com passagens como Rev. 7 e 14, é plausível pensar que a marca da besta é provavelmente um sinal que o identifica como algo que você já é – a saber perverso e mau, uma pessoa do dragão. Digo isso porque quando você lê Rev. 7: 1-8 e 14: 1 (onde a marca do Cordeiro é discutida), você notará que é uma marca dada ao povo de Deus, servos de Deus, a fim de identificá-los como tal e, é claro, para protegê-los. Eles recebem a marca do Cordeiro porque já estão unidos ao Cordeiro.

Parece bastante evidente que tudo isso acontece porque essas duas marcas – a marca da besta e a marca do Cordeiro – devem ser vistas como duas realidades polares, dois sinais opostos, marcando como se fossem dois tipos diferentes de pessoas, a saber, os iníquos, por um lado, e os justos, por outro.

O que tudo isso significa é que a “marca da besta” é provavelmente uma marca espiritual e não visível; é uma marca de lealdade e adoração e, portanto, não é algo que você poderia aceitar acidentalmente.

Portanto, você não precisa ter medo de obter a marca da besta tomando uma vacina – a menos que, é claro, planeje tratá-la como uma espécie de expressão simbólica ou “sacramento profano” (desculpe o oxímoro!) De sua vontade e rejeição pública da fé cristã que você despreza. Se esse é você e esse é o seu plano, não é a vacina que é o problema.

Sobre aquela besta….
Qualquer interpretação do Apocalipse que resulte em “a besta” se tornando o foco central (e temido medo) de sua escatologia definitivamente sugere que você não entendeu o livro. O fantasma nerônico adoraria a atenção que você está dando a ele, mas, francamente, ele não merece.

Prova de que prestamos muita atenção a ele talvez seja clara quando fazemos a seguinte observação: a maioria dos cristãos conhece apenas os textos que falam sobre a “marca da besta” (por exemplo, Ap 13: 16-18) e não sobre aqueles textos que falam sobre a “marca do Cordeiro” (por exemplo, Rev. 14: 1).

Isso é interessante para mim. Quero dizer, é tudo compreensível, suponho. Na cultura popular, afinal, a “marca da besta” recebeu muito mais atenção, tornando-se uma obsessão para muitos. (As bestas são barulhentas e chamam a atenção; os cordeiros podem passar mais despercebidos e ignorados.) Penso, porém, que talvez seja melhor obter a teologia de outros lugares que não sejam os filmes sensacionalistas da cultura pop e os livros de ficção mais vendidos. Uma mera sugestão.

Falando em sensacionalismo, é interessante como as coisas entram e saem da maneira que acontecem. Mesmo em nossas vidas, por exemplo, a “marca” foi atribuída primeiro aos números de seguridade social, depois aos cartões de crédito. Agora, aparentemente, certas interpretações da quarentena do COVID-19 estão fazendo suas próprias contribuições à sabedoria evangélica.

Muito desse sensacionalismo não apenas revela ignorância sobre o texto bíblico, principalmente no que diz respeito ao seu contexto histórico, mas como pastor devo acrescentar que o que mais me irrita é como essa ignorância serve para espalhar um medo desnecessário entre o povo de Deus – um bom lembrete de que a teologia tem consequências.

De quem é a revelação?
Interpretações populares de “Revelação” são muitas vezes esquecidas (negligentes?) Do fato de que este livro é “A revelação de Jesus Cristo” (Ap 1: 1). Muitas pessoas (principalmente nas mídias sociais) tratam isso como se fosse a revelação do dragão e sua ira. Os tolos professores de escatologia concentram sua atenção em infinitas especulações sobre o Anticristo, a “marca da besta”, etc., que eu realmente me pergunto se eles acham que o Apocalipse é principalmente sobre revelar o satânico.

Duas coisas a dizer sobre isso: (1) Tais suposições sobre o Apocalipse tratam Satanás como a estrela das especulações do fim dos tempos, gerando, mais uma vez, um medo desnecessário nas pessoas boas. E (2), tais visões estão simplesmente erradas: nem o dragão nem a besta são as estrelas do espetáculo; portanto, eles não devem ser o foco de nossas obsessões.

Pelo contrário, o objetivo do Apocalipse é revelar e descobrir a vitória do Cordeiro e a vitória que o Cordeiro compartilha com seu povo. Jesus é o foco. Francamente, isso é uma notícia bastante antiga. De fato, são 2.000 anos de notícias. É teologia básica. E, no entanto, é ignorado.

Suspeito, porém, que muito do hype escatológico equivocado tenha muito pouco a ver com teologia e muito mais com certas ambições políticas que poderiam ser obtidas armando textos bíblicos importantes (por exemplo, Ap 13) para seus próprios fins – uma espécie de coisa nerônica / bestial a se fazer, realmente. Essa é a política do nosso tempo, no entanto.

Vamos jogar o jogo
Vamos fingir que a besta e sua marca estavam, de fato, associadas à quarentena de COVID-19 ou a alguma vacina relacionada, pois esse sinal insinua. (PSA: não é, mas apenas finja comigo por um minuto.) Mesmo assim, se for o caso, faz muito pouco sentido bíblico lutar contra a fera com coisas como a bandeira americana e a 2ª Emenda (você pode estar interessado em saber que vi um manifestante com uma arma; qual é o sentido de protestar com uma arma?).

De qualquer forma, protestar contra “a besta” e sua “marca” com ameaças das armas deste mundo é combater o inimigo com seus caminhos. Mas você não pode avançar na agenda de Deus com violência ou com ameaças de violência. Se você vive pela espada, bem, você sabe …

De muitas maneiras, então, quando uma pessoa tenta avançar o Reino de Deus por meio da violência, ironicamente, mostra-se ter mais em comum com a besta e o dragão do que com o Cordeiro. Somos ensinados que, ao contrário, como cristãos, vencemos o inimigo “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do [nosso] testemunho” (Ap 12:11).

Em outras palavras, vencemos pelos caminhos de Cristo, não pelos caminhos de César. Portanto, se e / ou quando vir sinais tolos como esses, não deixe que eles induzam medo ou pânico em seu coração ou mente. Honestamente, não lhes daria mais credibilidade do que um rápido revirar dos olhos.

O fardo do teólogo
Se você é um estudioso ou teólogo bíblico cristão, agora é a hora de ajudar outras pessoas a navegar pela grande quantidade de informações por aí. Talvez você possa procurar maneiras de fornecer orientação bíblica e orientação teologicamente coerente para aqueles que são desinformados ou desinformados quando se trata de escatologia – até porque isso é entendido à luz da pandemia do COVID-19.

Se você é pastor ou líder de igreja local, incentivo-o a aproveitar os recursos respeitáveis em escatologia para passar para sua congregação. Há estudiosos altamente respeitáveis escrevendo sobre o assunto – acadêmicos comprometidos com pesquisa cuidadosa, reflexão meticulosa e aplicação oportuna. A escavação desses recursos será um tempo bem gasto.

Texto original:

Para Além de ‘Plandemic’: Uma resposta cristã às conspirações

Reproduzimos aqui um texto sobre o grave problema das “teorias” de conspiração em meio à pandemia, publicado originalmente no site da Fundação BioLogos. Não obstante seu conteúdo esteja condicionado pelo contexto norte-americano, os leitores certamente reconhecerão que a realidade nele retratada, infelizmente, em muito se assemelha à que observamos em nosso país. Ao endossar as advertências quanto às questões médico-científicas aqui referidas, reafirmamos também nosso compromisso de promover “ciência sólida, no serviço amoroso a Deus e ao nosso próximo”.

Se seus feeds de notícias nas redes sociais são como os nossos, então eles foram inundados de teorias conspiratórias sobre o coronavírus e sobre a resposta do nosso governo a ele. Vemos muitos de nossos amigos cristãos considerando teorias conspiratórias — se não acreditando nelas, pelo menos ouvindo-as. Por que conspirações são tão atraentes agora?

O vídeo Plandemia  ganhou grande atenção com suas falsas alegações sobre a pandemia de COVID-19. O filme é estrelado por Judy Mikovits, que já foi uma pesquisadora médica legítima, mas desde então caiu em descrédito com o establishment científico. Ela promove a visão de que as vacinas são prejudiciais e que o novo coronavírus foi manipulado por engenheiros genéticos. O vídeo foi removido do YouTube (o que para alguns apenas fornece evidências de quão profunda é a conspiração!). E não demora muito para descobrir que o trabalho de Mikovits  foi devidamente desacreditado.

Também na semana passada, houve uma imagem viral circulando pelo Facebook alegando que nenhum funcionário do Walmart, Amazon, Target, Costco ou Kroger [grandes lojas de departamento norte-americanas] testou positivo para COVID-19, por isso é ridículo que as pequenas empresas tenham que permanecer fechadas. É tão fácil fazer ou compartilhar tal gráfico, e “parece correto” para as pessoas que estão frustradas que as empresas estejam sob restrição. Mas uma rápida verificação de fatos mostrou várias agências de notícias reportando que muitos Walmarts se tornaram epicentros da COVID e tiveram que ser fechados.

Desejaríamos que esse tipo de conspiração e a disseminação de informações falsas e perigosas se limitassem a amigos do Facebook e grupos marginais. Mas, infelizmente, este não é o caso — líderes cristãos também estão alimentando as chamas.


Quando conspirações são alimentadas por cristãos

Como exemplo, há vários dias, um líder sênior de uma proeminente organização cristã enviou um e-mail “urgente” sobre a pandemia. Ele deixou claro que não falava em nome de seu empregador ou organização, mas sua plataforma e credibilidade com seu público vem de lá. Seu e-mail de 2700 palavras estava cheio de avisos em caixa alta e conspirações sobre “pessoas muito más” empurrando “ciência falsa e medicina falsa” na população. Seu principal argumento é que o Dr. Anthony Fauci  e outros estão envolvidos em uma “farsa globalista” demoníaca para enganar e controlar a população para estabelecer as bases para uma “nova ordem mundial”. Adicione a isso alguns links como uma palestra sobre os Illuminati, (“isso não é teoria da conspiração, mas fato de conspiração”) e uma revelação auto-filmada sob um banner QAnon, [teoria da conspiração relacionada a extrema-direita americana] e… bem, você tem um e-mail e tanto. O e-mail não só continha conselhos que contradizem diretamente o consenso esmagador de cientistas e especialistas em saúde pública, mas também pede orações para que “as pessoas se levantem em desobediência civil pacífica” contra tais diretrizes.

Quando os líderes cristãos insistem em rejeição de medidas de saúde pública, precisamos ser francos sobre o impacto que suas palavras podem ter. Um modelo influente da Universidade de Washington citado pela Casa Branca recentemente dobrou a estimativa de mortes por coronavírus até agosto para surpreendentes 137.000 (com a estimativa pessimista se aproximando de 250 mil!), em grande parte devido à diminuição do distanciamento social e ao aumento do total de mortes. Isso é sério e ameaça várias vidas.

A desinformação sobre coronavírus recentemente chegou a estágios ainda maiores. A conferência Q Ideas atrai milhares de líderes cristãos todos os anos para ouvir palestras no estilo TED dos líderes e pensadores cristãos mais proeminentes do mundo, com milhares mais alcançados online por vídeos de conversas passadas. Aplaudimos muito do que a Q Ideas fez ao longo dos anos, com análises reflexivas de questões culturais complexas a partir de uma perspectiva cristã. Infelizmente, este ano algumas das falas ficaram muito aquém, e de forma perigosa para a saúde pública. A liderança da Q mudou o evento deste ano para ocorrer apenas no ambiente virtual, anunciando-o como uma oportunidade para equipar cristãos para o nosso momento de pandemia atual. No entanto, duas das mais proeminentes falas, que ganharam o dobro do tempo das demais, foram de oradores que forneceram um impressionante bombardeio de teorias da conspiração e alegações já há muito desmascaradas.

Uma dessas falas foi uma entrevista que o fundador da Q Ideas, Gabe Lyons, teve com Robert F. Kennedy Jr. , um conhecido ativista antivacinação. Nela, Kennedy afirmou sem contestação uma série de falsidades há muito desmascaradas sobre vacinas, desde a alegação de que vacinas não são testadas com segurança ou com placebo (são), até alegações de que as vacinas envenenam crianças e causam autismo (não causam). Em outra conversa com o dobro do tempo das demais, Josh Axe, um quiropraxista e naturopata que vende suplementos nutricionais on-line, destacou os poderes curativos de vários remédios “naturais”, que ele vende como reforços imunológicos biblicamente obrigatórios. “Deus criou seu corpo para ser capaz de combater vírus”, disse Axe. “Você só tem que seguir sua Palavra e seguir os princípios da Bíblia” — princípios que, segundo Axe, incluem o uso de óleos, suplementos de ervas e pensamentos felizes. Ao seguir esta receita, mostraremos que temos fé em Deus, em vez de “fé em uma pílula ou em uma injeção” — uma tradução perturbadora da velha dicotomia fé-versus-ciência para o campo da medicina. Lyons deu apoio entusiasmado a essas falas (“nós… temos outra opção para combater vírus do que apenas depender da medicina)” e defendeu a divulgação dessas ideias (para que qualquer um possa decidir se “achamos que é verdade ou achamos que não é verdade”).

Não questionamos a motivação dessas pessoas. Achamos que eles realmente acreditam que estão fornecendo um serviço importante para espalhar a verdade. E concordamos com muitas de suas convicções cristãs. Mas, infelizmente, neste assunto eles estão minando a confiança do público nas mesmas pessoas que estão tentando nos manter seguros. Em nosso recente livestream  com o fundador da BioLogos e diretor do Instituto Nacional de Saúde (NIH), Francis Collins, ele referiu-se elogiosamente a seu “querido colega e amigo” Anthony Fauci, com quem fala diariamente, como “o mais notável especialista em doenças infecciosas do mundo”. “Então, quando Tony responder a pergunta, ouça com atenção”, disse Collins. “Você vai ter o furo de reportagem. Tony é um contador de verdades”. Que pena que Fauci se tornou o foco de tantas conspirações equivocadas.

Como a revista Christianity Today relatou há algumas semanas, os cristãos parecem desproporcionalmente suscetíveis a desinformação e conspirações sobre o COVID-19. Isso se deve, sem dúvida, à forma como as ideias são embaladas nas guerras culturais em nosso país. Os cientistas e seus conhecimentos foram colocados lado a lado com outros acadêmicos e causas de esquerda. E todos nós estamos programados para encontrar afinidade com os grupos com os quais nos identificamos.


Respondendo com Ciência

Não é difícil ver como teorias conspiratórias podem ser atraentes em épocas como a que vivemos. Um mundo complexo inevitavelmente deixa lacunas em nosso entendimento finito. Mas uma “boa” teoria da conspiração pode preencher todas as lacunas, todas as incógnitas, conjurando forças invisíveis, motivos secretos e agentes duplos. (Você já viu um teórico da conspiração do 11 de setembro dizendo que ainda existem algumas contradições e lacunas explicativas que ele não foi capaz de descobrir?) Há um apelo implícito ao nosso orgulho humano, também — quem não iria gostar de ter o ego massageado por “saber” o que a maioria não sabe, de vislumbrar por detrás da cortina, de ser mais inteligente — ou pelo menos mais perspicaz — do que os melhores cientistas do mundo?

Também não podemos dizer que os defensores de ideias marginais não são inteligentes. O químico Linus Pauling  foi um dos maiores cientistas de todos os tempos, mas passou os últimos anos de sua vida defendendo que grandes doses de vitamina C intravenosa eram um tratamento eficaz para o câncer — uma ideia que ele defendeu até sua própria morte (ironicamente, embora tragicamente, de câncer). Pauling era um verdadeiro gênio e construiu argumentos apaixonados que nós, não especialistas, dificilmente poderíamos refutar. E, no entanto, de modo crucial, ele foi incapaz de reunir evidências científicas para convencer a comunidade científica mais ampla da qual ele fazia parte.

Quando nós da BioLogos priorizamos as visões de consenso da comunidade científica credenciada, não o fazemos porque achamos que qualquer cientista é infalível. Fazemos isso precisamente porque sabemos que não são. Os processos minuciosos da comunidade científica, desde uma rigorosa revisão por pares até questionamentos pontuais em uma conferência científica profissional, não teriam razão de existir se os cientistas (pelo menos coletivamente) não estivessem conscientes de sua própria capacidade de cometer erros e de ignorar explicações concorrentes. E embora nenhum desses processos sejam, por si só, garantias de infalibilidade, eles são os melhores métodos que temos para eliminar erros e concordar em torno das explicações científicas mais prováveis de serem verdadeiras. O que é incrível sobre a ciência é que ela está continuamente se auto-corrigindo. Erros científicos são corrigidos por outros cientistas — quase nunca por um comentarista de poltrona sentado na frente de uma webcam.


Respondendo com Fé

Confiar na expertise pode soar elitista, mas está fundamentado no princípio bíblico de que temos dons diferentes. 1 Coríntios 12:14-26 nos lembra que todas as partes do “corpo”, das mais proeminentes às mais negligenciadas, servem a um papel essencial como parte do todo maior. Não há espaço no cristianismo para desdém frente ao humilde e muitas vezes ingrato trabalho de profissionais do saneamento, produtores rurais e caminhoneiros. Mas também não há espaço para descartar o papel essencial de cientistas, médicos e especialistas em saúde pública. Todos nós temos um papel a desempenhar:

“O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de você!” Nem a cabeça pode dizer aos pés: “Não preciso de vocês!”… Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros.  Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele.”

Como mordomos do poder de nossa influência em cada post no Facebook e em cada retweet, devemos lembrar que não estamos seguindo o comando de Jesus para sermos “prudentes como as serpentes” se formos influenciados pela manipulação emocional de uma teoria da conspiração ou de um vídeo bem produzido. E não somos “inofensivos como as pombas” se espalharmos desinformação ou semearmos confusão no meio de uma emergência global de saúde.

Nós percorremos um longo caminho desde o mundo dos escribas medievais, até a imprensa, até o nosso mundo atual de retweets, blogs, documentários do YouTube e e-mails em massa. As fronteiras do nosso conhecimento cresceram exponencialmente e, ainda assim, muitas vezes parece que cada grão de verdade é diluído em um mar de desinformação. Os algoritmos das plataformas de mídia social são projetados especificamente para aumentar o engajamento (e, portanto, a receita de anúncios) recompensando conteúdo emocionalmente carregado. Ironicamente, enquanto os teóricos da conspiração protestam se suas ideias são “censuradas”, a realidade é que as inúmeras vozes contraditórias contribuem para o que tem sido chamado de “censura pelo barulho” que abafa informações reais.

Na última década, a fundação BioLogos e os numerosos cientistas, estudiosos bíblicos e líderes cristãos em nossa rede trabalharam duro para mostrar que ciência de qualidade e a fé bíblica podem andar juntas em uma harmonia mutuamente enriquecedora. Ao longo dos anos, abordamos uma série de questões difíceis, da evolução à edição de genes às mudanças climáticas. Mas a urgência da crise atual dá um lembrete gritante de porque precisamos tanto da boa ciência quanto da fé cristã responsável.

Em um mundo de conspirações e desinformação, estamos conseguindo oferecer podcasts e artigos de cientistas de primeira linha. Tivemos novos insights do estudioso do Antigo Testamento John Walton sobre o livro de Jó e como ele pode reformular nosso pensamento sobre esses pedaços caóticos do mundo de Deus. Dezenas de milhares de pessoas assistiram nossa conversa ao vivo com o diretor do NIH Francis Collins. E produzimos vários outros  artigos  e  podcasts  sobre o tema (você pode encontrá-los todos navegando pela seção de Recursos com a tag coronavirus).

Estamos trabalhando duro em conteúdos como estes porque estamos convencidos de que isso é necessário agora mais do que nunca. Nosso objetivo é promover uma fé cristã que seja profunda e relevante para nossos tempos — moldada por uma leitura cuidadosa das Escrituras e da tradição cristã, e informada pelo melhor da ciência contemporânea.

Nos comprometemos mais uma vez a encontrar fontes respeitáveis, vetando alegações errôneas, lutando contra a desinformação, e promovendo ciência sólida, no serviço amoroso a Deus e ao nosso próximo.

Publicado originalmente aqui.
Publicado também na Associação Brasileira de Cristãos na Ciência.
Tradução Tiago Garros

Seja forte e corajoso, confiando no Senhor

Misericórdia, Senhor! Estou em desespero! A tristeza me consome a vista, o vigor e o apetite. Minha vida é consumida pela angústia, e os meus anos pelo gemido; falta-me a força devido à minha aflição, e os meus ossos se enfraquecem.”

Sl 31.9-10

Chega de notícia ruim, não é? Fiz questão de colocar estes versos de profunda angústia, que apontam para Aquele que mais sofreu e por fim entregou Seu espírito ao Pai (v5), para nos lembrarmos não da dor nossa de cada dia, MAS para reforçar de que podemos e devemos fazer isso diante de Deus!! Quem pode nos socorrer HOJE, em tempos de clausura, isolamento e medo? Família, amigos, máscaras, álcool gel, bons hospitais, médicos e enfermeiros competentes, todo recurso de uma UTI, isso tudo e mais podem nos garantir dias a mais de vida? Até podem e todo o possível deve ser feito por uma vida que seja, de qualquer raça, sexo ou idade. Salvações paliativas. Sobrevidas que passarão! Não quero ser trágico, mas real! Para todos nós, Davi deixa um convite ao renovo: “Amem e esperem no SENHOR. Sejam fortes e corajosos vocês que confiam nEle!” (23,24) Vivamos e proclamemos esta MENSAGEM! Você teria uma outra resposta para estes dias?

Erlo Saul Aurich

POR QUE’S

Por que ficam tentando tirar Deus de cena?
Por que Ele tem que ser “poupado” desse momento?
Por que achamos que temos que defendê-Lo salvoguardando-O dos conceitos de amor humano que impusemos a Ele e sem permissão?
Por que Ele, como soberano Senhor, tem que estar assistindo de expectador omisso a tudo o que nos tem acontecido nesses dias de pandemia e medo generalizado sem de nada participar, influir, envolver-se?
Por que Seu governo absoluto sobre todas as coisas, toda a criação (incluindo vírus, bactérias, amebas, átomos, moléculas…), todos os corações humanos e desumanos, todas as vidas e mortes, todos os anjos e demônios, todos os tempos e a eternidade tem sido questionado?
Por que Ele não tem o direito, como Deus, de intervir na história humana usando “o que” ou “quem” Ele quiser para cumprir Seus propósitos de juízo, de disciplina, de cuidado, de providência, de revelação, de salvação, de ressignificação sobre e para os homens?
Por que não crermos e admitirmos, simplesmente, como as Escrituras, exaustivamente, nos propõe, que não temos o controle das variáveis da vida e que ela, sobretudo, está em Suas mãos e, portanto, depende, em tudo, Dele?
Por que não aproveitamos o momento e caímos de joelhos arrependidos clamando por graça e misericórdia e crendo que pode ter sido justamente para isso que esse mal tem atingido nossas tendas?
Por que temer tanto se sabemos e cremos que Seu amor pelos que Nele creem não precisa de mais provas tendo a cruz sido posta no calvário e que, desde então, Ele busca reconciliar os homens consigo?
Por que os homens tentam esquivar-se do temor devido a Ele?
Por que…?

Bruno Brandão

Como é feliz o homem que se refugia no Senhor

O anjo do Senhor acampa-se ao redor daqueles que o temem, e os livra. Provem, e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia!

Sl 34:7-8*

– Sim, anjos existem! E mais, zelam, cuidam e nos livram do mal! E ainda, de alguma forma sobrenatural, auxiliam-nos, servem segundo a vontade de Deus (“Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?” Hb 1.14). Você pode olhar ao redor. Não os enxergará (normalmente!), mas saiba que pelo menos um está acampado com você, e ao se levantar, ele o acompanhará!! Promessa de Deus! Você já não experimentou um livramento que não tinha explicação natural? Você saiu ileso. Já seu anjo, não sei… E para quem ainda duvida, há um convite no próximo verso: Prove e veja como Deus é BOM! Não é por Ele à prova, como fez o diabo na tentação de Jesus. Creio que seja “EXPERIMENTE”, peça a Deus para conhecê-Lo. Não sei como Ele se revelará a você. Uma coisa eu sei: desde a sua encarnação entre os homens, na pessoa de Seu Filho, os homens não tem mais desculpa de dizer: “não O conheço!” E para todos aqueles que ainda não conhecem o nome de JESUS, o Cristo, nossa Vida & Verbo podem demonstrar! E temos ainda mais de 3 bilhões de pessoas que não O conhecem! Mãos e vozes à obra, portanto!! O Senhor é bom!!

Erlo Saul Aurich

Seu coração já descansa no céu?

O Senhor desfaz os planos das nações e frustra os propósitos dos povos. Mas os planos do Senhor permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações. Como é feliz a nação que tem o Senhor como Deus, o povo que ele escolheu para lhe pertencer.” Sl 33.10-12 – Há planos paralelos: os das nações e os do Senhor. Os primeiros são passageiros. Os de Deus, permanentes, por todas as gerações. O povo que escolhe viver com Deus, este é feliz. Pergunto: que povo tem escolhido ser dEle, amá-Lo e servi-Lo? Nem o povo que Ele escolheu para ser Sua voz na terra fez isto. Pior, entregou Seu Filho para ser morto! E o que dizer de Seu próprio Corpo na terra desde Pentecostes, a Igreja? Temos um povo mais dividido, competitivo, distante da simplicidade e graça do Evangelho? O convite permanece: escolha ser dEle. Feliz serás! Talvez não te livres da crise, do vírus, da escassez, do martírio. “No mundo terás aflições!”. Mas os propósitos do Seu coração permanecem e se parecem com o que Jeremias profetizou: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” Jr 29.11. E se o nosso único futuro feliz for o céu, estamos gratos por isso? Nossa fé e esperança precisa nos levar para lá, ou seremos os mais infelizes de todos os homens!! (1a Co 15.19). Seu coração já descansa no céu?

Erlo Saul Aurich